sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Século XXI - Qual a História Existencial?



Na postagem Primórdios da minha crítica falei de como passei a ser uma pessoa crítica e do meu desejo de compartilhar com os internautas minha idéia de mundo a partir da análise da história como sugerido no nome do blog.

Nos tópicos Uma nova reforma protestante? e Eu levo o desencanto de todo um século... Fernando Pessoa. Tento mostrar, talvez ainda muito discretamente, que o ser humano é diretamente influenciado pelas relações sócio-econômica política e religiosa em sua busca existencial. E que essas relações tem o tornado Inimigos da fé.

Na postagem seguinte compartilhei com vocês a introdução, o sumário e as referências das pesquisas do estudo que fiz sobre a História do Cristianismo. Os assuntos do sumário deverão fazer parte de outras postagens. Tenho como objetivo comparar as expectativas desses fatos históricos com seus reais resultados. Analisando fatos históricos e a sociedade de hoje.

Continuando na minha linha de pensamento, trago agora a TEORIA de um médico psiquiatra, psicólogo social, cientista e escritor, o Dr. Augusto Cury.

Teoria da Inteligência Multifocal
Teoria que estuda os fenômenos que constroem as cadeias do pensamento (como se produz o mundo das idéias), também estuda os fenômenos que transformam a energia emocional, o papel da memória e como o “eu” que representa a vontade consciente, a capacidade de escolha se desenvolve ao longo do processo da formação da personalidade.

http://www.youtube.com/watch?v=hdW-mYnRm6o&feature=player_embedded

Tem como meta conduzir cada ser humano a ter ferramentas intelectuais e emocionais para conquistar excelência de vida nos amplos aspectos: sabedoria, arte de pensar, arte da solidariedade, arte de empreender e o prazer de viver numa sociedade estressante.

http://www.itu.com.br/conteudo/detalhe.asp?cod_conteudo=8604&adm=1

domingo, 15 de agosto de 2010

Eu levo o desencanto de todo um século... Fernando Pessoa

Autobiografia sem fatos
[1]
Nasci em um tempo em que a maioria dos jovens haviam perdido a crença em Deus, pela mesma razão que os seus maiores a haviam tido – sem saber porquê. E então, porque o espírito humano tende naturalmente para criticar porque sente, e não porque pensa, a maioria desses jovens escolheu a Humanidade para sucedâneo de Deus.

Pertenço, porém, àquela espécie de homens que estão sempre na margem daquilo a que pertencem, nem vêem só a multidão de que são, senão também os grandes espaços que há ao lado. Por isso nem abandonei Deus tão amplamente como eles, nem aceitei nunca a Humanidade. Considerei que Deus, sendo improvável, poderia ser, podendo pois dever ser adorado; mas que a Humanidade, sendo uma mera idéia biológica, e não significando mais que a espécie animal humana, não era mais digna de adoração do que qualquer outra espécie animal.

Este culto da Humanidade, com seus ritos de Liberdade e Igualdade, pareceu-me sempre uma revivescência dos cultos antigos, em que animais eram como deuses, ou os deuses tinham cabeças de animais. Assim, não sabendo crer em Deus, e não podendo crer numa soma de animais, fiquei, como outros da orla das gentes, naquela distância de tudo a que comummente se chama a Decadência.

 A Decadência é a perda total da inconsciência; porque a inconsciência é o fundamento da vida.

O coração, se pudesse pensar, pararia. A quem, como eu, assim, vivendo não sabe ter vida, que resta senão, como a meus poucos pares, a renúncia por modo e a contemplação por destino? Não sabendo o que é a vida religiosa, nem podendo sabê-lo, porque se não tem fé com a razão; não podendo ter fé na abstração do homem, nem sabendo mesmo que fazer dela perante nós, ficava-nos, como motivo de ter alma, a contemplação estética da vida. E, assim, alheios à solenidade de todos os mundos, indiferentes ao divino e desprezadores do humano, entregamo-nos futilmente à sensação sem propósito, cultivada num epicurismo sutilizado, como convém aos nossos nervos cerebrais.
Retendo, da ciência, somente aquele seu preceito central, de que tudo é sujeito às leis fatais, contra as quais se não reage independentemente, porque reagir é elas terem feito que reagíssemos; e verificando como esse preceito se ajusta ao outro, mais antigo, da divina fatalidade das coisas, abdicamos do esforço como os débeis do entretenimento dos atletas, e curvamo-nos sobre o livro das sensações com um grande escrúpulo de erudição sentida.

Não tomando nada a sério, nem considerando que nos fosse dada, por certa, outra realidade que não as nossas sensações, nelas nos abrigamos, e a elas exploramos como a grandes países desconhecidos.

E, se nos empregamos assiduamente, não só na contemplação estética mas também na expressão dos seus modos e resultados, é que a prosa ou o verso que escrevemos, destituídos de vontade de querer convencer o alheio entendimento ou mover a alheia vontade, é apenas como o falar alto de quem lê, feito para dar plena objetividade ao prazer subjetivo da leitura. Sabemos bem que toda a obra tem que ser imperfeita, e que a menos segura das nossas contemplações estéticas será a daquilo que escrevemos. Mas imperfeito é tudo, nem há poente tão belo que o não pudesse ser mais, ou brisa leve que nos dê sono que não pudesse dar-nos um sono mais calmo ainda. E assim, contempladores iguais das montanhas e das estátuas, gozando os dias como os livros, sonhando tudo, sobretudo, para o converter na nossa íntima substância, faremos também descrições e análises, que, uma vez feitas, passarão a ser coisas alheias, que podemos gozar como se viessem na tarde. Não é este o conceito dos pessimistas, como aquele de Vigny, para quem a vida é uma cadeia, onde ele tecia palha para se distrair. Ser pessimista é tomar qualquer coisa como trágico, e essa atitude é um exagero e um incômodo. Não temos, é certo, um conceito de valia que apliquemos à obra que produzimos. Produzimo-la, é certo, para nos distrair, porém não como o preso que tece a palha, para se distrair do Destino, senão da menina que borda almofadas, para se distrair, sem mais nada. Considero a vida uma estalagem onde tenho que me demorar até que chegue a diligência do abismo. Não sei onde ela me levará, porque não sei nada. Poderia considerar esta estalagem uma prisão, porque estou compelido a aguardar nela; poderia considerá-la um lugar de sociáveis, porque aqui me encontro com outros. Não sou, porém, nem impaciente nem comum. Deixo ao que são os que se fecham no quarto, deitados moles na cama onde esperam sem sono; deixo ao que fazem os que conversam nas salas, de onde as músicas e as vozes chegam cômodas até mim. Sento-me à porta e embebo meus olhos e ouvidos nas cores e nos sons da paisagem, e canto lento, para mim só, vagos cantos que componho enquanto espero. Para todos nós descerá a noite e chegará a diligência. Gozo a brisa que me dão e a alma que me deram para gozá-la, e não interrogo mais nem procuro. Se o que deixar escrito no livro dos viajantes puder, relido um dia por outros, entretê-los também na passagem, será bem. Se não o lerem, nem se entretiverem, será bem também.
"Livro do Desassossego", Fernando Pessoa . (Grife meu)

Uma nova reforma protestante?

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI161499-15228,00-A+NOVA+REFORMA+PROTESTANTE+TRECHO.html

Essa reportagem chamou muito minha atenção, pois ela foi de encontro com minha idéia na conclusão do meu trabalho mencionado na postagem anterior. Nele concluímos como resultado do desenvolvimento de todo o trabalho e do conhecimento adquirido que a Reforma precisa ser continuada...

(Para aumentar o texto é só clicar nele)
Página nº 14 
 
Continuação da pg nº 14

Página nº 15

Mas o mais maravilhoso de tudo foi ter, há alguns dias, a oportunidade de conhecer o sentimento de alguém que viveu no ápice desse processo histórico, Fernando Pessoa. (próxima postagem)

Primórdios da minha crítica.

Há muito queria criar um blog para compartilhar minha idéia de mundo com os blogueiros e internautas. Mas sempre ficava  para  depois, e depois. Nos últimos dias dois  fatos  me  remeteram ao desejo  do  blog:  uma reportagem na revista época sobre os novos protestantes e um texto de Fernando Pessoa.

Para falar sobre esse assunto, me remoto ao primeiro momento quando ao ficar a par de que pessoas tomavam posicionamentos a partir do que estudavam fiquei pasma!
A ignorância pasma ou espanta-se, mas não admira. - Marquês de Maricá.

Morei um ano (no ano de fazer 18 anos) na vila militar da aeronáutica em Fortaleza e fiz amizade com a família Oliveira Damasceno. Em especial com Alice Cristina que tinha mais ou menos uns 10anos e era filha única entre três irmãos. Sempre que possível estava com ela e nos divertíamos muito dançando ou jogando bola. Também gostava de brincar com os meninos e muitas vezes os carreguei nas costas, brincando de cavalinho ou simplesmente correndo com eles, era sempre uma grande farra. Depois desse ano seguimos outros caminhos, mas tivemos oportunidades de nos reencontrar e em um desses reencontros Alice critica a Igreja Católica Apostólica Romana com base na história.

Somente depois de um bom tempo me deparo novamente com críticas a Igreja Católica. Foi quando um casal amigo nos convidou a fazer com eles estudos bíblicos. Aí o negócio foi sério!

Graças a Deus logo em seguida tive a oportunidade de entrar para a Faculdade de Teologia, a FATECE. E em setembro de 2004 estudando a História do Cristianismo II fiz um trabalho sobre o capítulo Inimigos da fé, do livro O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SÉCULOS – Uma História da Igreja Cristã de Cairns. Pertinente aos fatos relatados no inicio da postagem e que terei o prazer de compartilhar com vocês. Também foi muito importante pra mim as cadeiras de Psicologia da Educação e de Pedagogia, pois me preparam para compreender melhor o processo do conhecimento. No meu tempo de escola não se preparava pessoas críticas nem se respeitava o processo de conhecimento de cada um. O professor era o detentor único do conhecimento e o todo poderoso em sala de aula.